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quarta-feira, novembro 26, 2008

Uma origem contada em poesia


Quem sou eu?

É como se do ventre viesse a origem
E a origem viesse do vento!
Contado num livro do começo em branco
Impresso do meio para o fim
Que confunde a expressão da escrita
Que dita um passado sem direito ao começo
E uma história sem direito ao passado

Um fruto ao chão da árvore
Supostamente filho da sombra
Sustentado apenas da hipótese
Que aprendeu a nutrir-se da sobra
Das folhas secas que o vento deixou

Parece mesmo coisa do vento
Que enquanto esteve aqui
Soprou ao longe a ameaça
Manteve úmido o espaço
E pediu à arvore a proteção
Ao fruto que soube sozinho
Não apodrecer criado ao chão...

Zé Carlos Benigno
O filho do Vento

Obs:
O cantor e compositor Joan Sodré, transformou esta poesia em música.

2 comentários:

Carla disse...

Oi, Zé!
Muito lindo!
Sensacional também como a vida pode nos ensinar que o VENTO pode ser muito mais que " o ar em movimento"!E você mostrou isso de uma forma muito profunda e bonita. Sou tua fã!

Carla Cinara S. Luz disse...

E podes crer que uma "Brisa" será teu reinVENTO...