Ao menos pude ver um processo democrático acontecendo como entendo que verdadeiramente deveria ocorrer.
De posse do título eleitoral fui a universidade para exercer meu direito de cidadão por volta das 15h00min horas.
No trajeto fiquei impressionado como na rua não havia bandeirolas, camisas, policiais, tropa de choque, cabos eleitorais de plantão que de alguma forma tiram proveito da situação distribuindo santinhos, nem candidatos, (antes do voto), oferecendo o céu como prêmio sob a alegação de que o povo merece sempre o melhor!
Um mês antes começara na TV e no rádio uma tímida campanha sem nenhuma contundência no tocante a justiça eleitoral processar alguém ou alguma emissora de rádio por ter proferido algo na imprensa fora do horário eleitoral.
Nas cidades não se teve notícia sequer da doação de um mísero saco de cimento. Durante o período de campanha o pobre se manteve pobre e o rico como sempre, rico.
Nenhuma visita de político em casa de pobre para manifestar preocupação com o cotidiano da periferia.
No dia da apuração não vimos as tradicionais festas e os excessos de alegrias e tristezas por respectivas vitórias e derrotas.
O resultado da eleição não foi contestado por ninguém. Durante a apuração dos votos a rua em frente ao Fórum da cidade continuava deserta a exemplo de todos os domingos do ano.
Isoladamente, foi encontrada uma senhora na rua questionando onde estavam os políticos? Porque ela precisava de um vaso sanitário e até então não havia encontrado alguém para trocar pelo voto.
A única reclamação proferida por um repórter de rádio foi à ausência de água para os mesários que trabalharam o dia inteiro com sede.
Nessa eleição as cifras gastas em campanha, não foram acobertadas pelas falcatruas dos Valerios, Delúbios, Dirceus, Fernandos e tantos outros acostumados á matemática da calculadora de teclado invertido.
O povo ficou sabendo muito antes que R$ 270 milhões seriam gastos para tentar anexar, a tantas já existentes descumpridas proibições, mais um texto para o país dar mais exemplos de como se desrespeita uma constituição.
A única semelhança dessa eleição para com as outras já registradas, foi a presença do povo brasileiro indo as urnas votar.
Talvez pela obrigação imposta na constituição, ou ainda pelo respeito ao maior direito cívico que nos concede a prerrogativa de poder influenciar diretamente na oportunidade mais relevante concedida ao cidadão brasileiro.
Quiçá o referendo tenha nos deixado algo de positivo: A certeza de que não é utopia sonhar com um povo civilizado que participe de um processo eleitoral sem vender o seu voto.
Que um dia será possível o transcorrer de um processo eleitoral sem as nefastas campanhas de compra de consciência por políticos aproveitadores que deverão estar excluídos e extintos da história de um país que aprendeu a viver de sonhos... Sonhos de jovens como Lucas e Geraldo Murillo dois brasileiros jacobinenses estudantes dos cursos de direito e jornalismo na capital do estado que viajaram mais de
José Carlos Benigno. DRT 4104 BA jcbenigno@hotmail.com
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